Ainda vai oferecer prendas de Natal?

Ainda vai oferecer prendas de Natal?
Então aí vai uma sugestão!...

O Natal está aí. Não quero agora refletir sobre a história, o sentido e a prática deste acontecimento, que sendo Cristão na essência, foi colocado em cima de uma festa pagã e, no mundo moderno quase que se tornou pagão outra vez. É uma monumental festa de anos: celebra-se o nascimento de Cristo. Mas de facto, muita gente retirou já Cristo da festa… e é lícito perguntar então, o que festejam?
Mas se mesmo assim ainda se associa esta quadra do Natal a humildade, solidariedade, e se os corações e as mentes ficam mais sensíveis aos outros, talvez seja por aí que tenhamos de recomeçar a colocar outra vez no centro da festa o “Menino Jesus”.
Se apesar da crise e da miséria que por aí começa a grassar, ainda vai comprar prendas de Natal, porque não fazê-lo de forma útil, Pedagógica e solidária? Então aí vai uma sugestão que pode aproximar mais as pessoas, independentemente daquilo que festejam, mas que, certamente, haverá de colocar um sorriso mais visível nos lábios daquele que festejamos na realidade.
1º Avise todos aqueles a quem costuma, ou pensa dar prenda, de que este ano vai transformar a sua prenda numa prenda diferente.
2º Envolva a família próxima, sobretudo os filhos, e de forma especial os mais pequenos (ainda a viver em casa), e peça-lhe que identifiquem uma família com dificuldades (de entre os seus colegas de escola, uma família vizinha, um indigente… enfim eles o saberão).
3º Identifiquem (direta ou indiretamente) as necessidades mais básicas dessa família, no momento. Nem que seja o atraso da prestação da casa, ou o pagamento da propina, ou das faturas da luz em atraso, roupa, comida…
4º Quantifique quanto iria gastar em prendas neste Natal (não entregue o dinheiro, vá comprar o que a família necessita, até esse valor, ou vá com ela pagar a luz…, melhor, envolva os filhos diretamente nesse ato, e vão visitar a família, conviver com ela. Porque não levar um lanche e lanchar com eles na sua própria casa (seja em que condições forem, desde que aceitem)? Assim também eles próprios colaboram, sentindo-se a acolher, com aquilo que têm. A isto chama-se partilha.
5º Descrevam e coloquem num cartão, numa carta, num desenho, num pequeno álbum fotográfico, no suporte que quiserem, a história toda: Como se desenrolou o processo da busca da família, o que sentiram, o que viram sentir aos outros, o que aprenderam com este gesto. E digam que eles, os potenciais recetores das possíveis prendas, colaboraram nisso ativamente, e por isso, a prenda que vão receber é esta partilha, a história da sua dádiva (de privação) através deste gesto solidário. Replique este material por tantas prendas quantas ia oferecer, ponha dentro de uma caixinha, embrulhe num lindo papel com um lacinho e ofereça.
É inovador, não? E quanto vai fazer de bem aos seus filhos? Sentirem que estão a dar o que é seu (e dos outros), mas a partilhar de facto… quer melhor lição?
E os seus amigos que receberem uma prenda destas, acha que não vão ficar completamente surpreendidos, gratos, motivados?
É que a alternativa pode ser gastar dinheiro para nada, apenas para cumprir calendário, sem sentido, sem utilidade, sem pedagogia que não seja a do egoísmo e da farsa (sim, porque já vemos crianças a chorar com o que lhe dão, porque acham que o que deram ao irmão é melhor!!!)
Fica a sugestão, espero que agrade e que a partilhe.

Luís Matias
Novembro/2012

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